A partir de um ponto de vista genético, e segundo a analise comparativa das nossas amostras dos mapas genéticos, as linhagens do cão e do lobo separaram-se mais ou menos à 100.000 anos.
De todas as formas, esta divergência pode corresponder à de uma população de lobos de que mais tarde sairia a linhagem dos cães atuais. A análise do ADN mitocondrial não pode comprovar que os cães existiram além de 100.000 anos.
Por outro lado, o fóssil mais antigo conhecido de um cão doméstico foi encontrado em 2008 nas cavernas de Goyet, na Bélgica. Estes datam à 31.700 anos e estão associados com a cultura aurignaciana.
Acredita-se que as primeiras domesticações não se deram por vontade do homem. Estes eram incapazes de impedir que os lobos entrassem nas suas aldeias. Após isso, foram percebendo o quão uteis eles eram para a caça ou para defender a aldeia. Além disso eram animais que se socializavam com facilidade, já que era uma espécie que convivia em grupos hierarquizados, com que se adaptaram bem a viver junto com os humanos.
O homem foi percebendo a sensibilidade que estes animais tinham, tanto olfativa como auditiva e a resistência física que apresentavam. Todas estas características os tornavam ideais para a caça, a guarda ou inclusive para advertir de possíveis perigos.
E com estas primeiras domesticações, o cão foi-se convertendo num grande aliado para o ser humano. Comprovou-se, por exemplo, como na época pré-Inca os cães ajudavam a tribo dos. Mochicas na caça.
Muito antes da domesticação do cavalo, os cães também eram utilizados para puxar carros ou trenós. Este costume era utilizado pelos índios da América do Norte muito antes da chegada dos conquistadores. Ainda mais recente é o uso de cães por colonos canadenses como animal de tração. Engatado a um carro, estes acompanhavam os camponeses levando os cultivos.
A domesticação e a aparição das primeiras espécies foi levada a cabo em diferentes períodos segundo os continentes. A primeira espécie a converter-se em companheira dos humanos foi a Canis familiaris Putjani, seguida da Canis familiaris palustris Rüthimeyer, chamado turfeiras, o qual se acredita que descende o Spitz. Também encontramos o cão de Canaan.
Por ultimo, também encontramos o Basenji (originário da África Central). Encontramos representações destes cães em túmulos egípcios, mas contrariamente aos seus primos que citamos, estes não descendem do lobo, mas sim do chacal. Estes animais possuem a particularidade de não ladrarem, embora emitam sons especiais que são misturas de risos e canções com mudanças bruscas de tom natural.